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O Brasil já começa a pagar o preço por sua omissão ambiental


26/06/2017
9:52 AM
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Editorial
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Atualizado em 26/06/2017 9:52 am

A Amazônia brasileira é – não de hoje – um território de interesse internacional. A importância da floresta faz com que outras nações invistam na manutenção da gigantesca área, que, paulatinamente, vai perdendo a batalha contra o desmatamento. Ano após ano, grande parte deste tapete verde é substituída por áreas de pasto ou sangradas pela retirada ilegal de sua madeira.

Também não é de hoje que entidades sérias vêm denunciando a sanha exploratória que cerca a região. Verdade é que houve avanços nas políticas para a Amazônia em relação à barbárie das décadas de 1970 e 1980. No entanto, aparentemente, o País não tem feito direito sua lição de casa, a ponto de a World Wide Fund for Nature (WWF) alertar que “o Brasil vive uma ofensiva sem precedentes sobre as áreas protegidas”. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, por exemplo, foram derrubados 8 mil quilômetros quadrados de florestas na Amazônia. O pior é que essa taxa parou de cair em 2013 e vem crescendo consecutivamente desde então. Talvez seja por isso que a Noruega, país que o presidente Temer visitou na última semana, principal doador do Fundo para a Proteção da Amazônia, tenha percebido que tem algo de errado por aqui. Assim, tomou a decisão de reduzir pela metade o repasse de R$ 400 milhões que, anualmente faz, para este fim. O ministro do Clima e Meio Ambiente norueguês, Vidar Helgesen, vaticinou: “Se o desmatamento diminuir, o dinheiro volta.”

A culpa, evidentemente, não é só do governo Temer. Por aqui, ainda se cultiva a mentalidade de que para evoluir é preciso desmatar. Mas, fato é que, com um governo fraco, forças poderosas – vinculadas principalmente aos setores ruralista e de mineração – têm emergido e encontrado brechas para fazer prosperar suas más intenções. Não é à toa e nem de graça que este grupo é base de sustentação de qualquer governo, independentemente do partido. Cada voto deles representa alguns quilômetros quadrados de árvores caídas sobre o chão. Mas, a julgar pela atitude da Noruega, o País já começa a pagar por sua omissão.


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