Com ‘empurrão’ de Lula, Dilma muda a coordenação política
13/03/2015
11:53 AM
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Editorial
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Atualizado em 13/03/2015 11:53 am
Depois de sucessivas derrotas no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff anunciou a ampliação da coordenação política, atualmente integrada por seis ministros petistas, com a incorporação do PMDB, PCdoB e PSD.
Segundo Dilma, os ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Gilberto Kassab (Cidades) se juntarão a Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria Geral), Jaques Wagner (Defesa), Ricardo Berzoini (Comunicações) e José Eduardo Cardozo (Justiça), nas reuniões de articulação do governo no Palácio do Planalto.
Apesar das negativas das lideranças petistas, trata-se de uma derrota clara para o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que até agora era o único que fazia as tratativas com a oposição.
O ex-presidente Lula, sabedor de que essas negociações não estavam dando certo, aconselhou Dilma, em um jantar na noite de terça-feira, para que fizesse mudanças e ampliasse o leque de opções para as negociações.
No dia seguinte, Dilma atendeu os conselhos do seu padrinho político e implantou as mudanças. Mas como era de se esperar, a presidente não admitiu abertamente que fez isso por indicação do ex-presidente Lula. Pelo contrário.
Para mostrar que tem brilho próprio (também orientada por Lula) afirmou que as mudanças já estavam previstas e vão “ocorrer naturalmente, sem nenhuma pressa”. Questionada se as modificações acontecerão para dar maior abertura aos partidos da base na Câmara e Senado, Dilma afirmou que sempre esteve “aberta ao Congresso”. O grande problema é que até agora o Congresso Nacional está completamente fechado para o Planalto. E Dilma precisou mudar. Se a alteração de curso vai dar certo, ou não, só o tempo pode dizer. Mas a presidente já sabia disso. Bastou um empurrãozinho de Lula para tudo mudar na coordenação política.