Crianças: 385 milhões na miséria
05/10/2016
8:58 AM
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Agência Brasil
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Atualizado em 06/10/2016 11:12 am
Cerca de 385 milhões de crianças até os 17 anos de idade viviam em 2013 em situação de pobreza extrema, de acordo com estudo conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Grupo do Banco Mundial, divulgado na terça-feira, 4.
Os dados fazem parte do relatório “Terminar com a Pobreza Extrema: Um Foco nas Crianças”, relativo a 2013, que revela que as crianças têm duas vezes mais probabilidade de viver na pobreza extrema do que os adultos.
O Unicef e o Banco Mundial defendem que os governos avaliem regularmente a pobreza infantil e deem prioridade às crianças nos planos de combate à pobreza. Recomenda ainda que reforcem os sistemas de proteção social, deem prioridade a investimentos na área da saúde, educação, água potável ou saneamento e que moldem as decisões políticas de modo que o crescimento econômico beneficie as crianças mais pobres.
De acordo com o estudo, “19,5% das crianças nos países em desenvolvimento faziam parte de agregados familiares que sobreviviam com 1,90 dólares (R$ 6,18) por dia ou menos por pessoa, comparativamente com 9,2% dos adultos”. Mesmo quando o estudo avaliou os agregados familiares que subsistem com US$ 3,10 (R$ 10,09) por dia, por pessoa, as crianças continuam a ser as mais afetadas, havendo 45% de menores nessas condições, contra 27% de adultos.
Desespero – Arrasado por um terremoto desde 2010, o Haiti ainda tem 114 milhões de pessoas que vivem na extrema pobreza (Foto: Alexandre de Paulo / Arquivo FM)
Metade que está na extrema pobreza tem até 17 anos
Segundo o Unicef, o estudo foi feito na sequência do relatório de referência do Grupo do Banco Mundial, “Pobreza e Prosperidade Partilhada 2016: Assumindo a Desigualdade”, que concluiu que, em 2013, cerca de 767 milhões de pessoas no mundo viviam com menos de US$ 1,90 por dia, metade das quais tinha menos de 18 anos.
“As crianças são afetadas de forma desproporcional, dado que representam cerca de um terço da população estudada, mas metade dos que vivem na pobreza extrema. O risco é maior para as crianças menores – mais de um quinto dos menores de 5 anos nos países em desenvolvimento vivem em famílias extremamente pobres”, diz o comunicado do Unicef.
Segundo o estudo, entre os 767 milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza extrema, 385 milhões são crianças com idade de 0 a 17 anos, enquanto 382 milhões se dividem pelos adultos, a partir dos 18 anos. Aliás, é na faixa etária entre os 18 e os 59 anos que se concentra o maior número de pessoas em pobreza extrema (337 milhões), enquanto com 60 anos ou mais são 44 milhões de pessoas.
O relatório resultou da análise de dados de 89 países, que representam 84% da população dos países em desenvolvimento.
Desespero – Arrasado por um terremoto desde 2010, o Haiti ainda tem 114 milhões de pessoas que vivem na extrema pobreza (Foto: Alexandre de Paulo / Arquivo FM)
Desespero – Arrasado por um terremoto desde 2010, o Haiti ainda tem 114 milhões de pessoas que vivem na extrema pobreza (Foto: Alexandre de Paulo / Arquivo FM)
Desespero – Arrasado por um terremoto desde 2010, o Haiti ainda tem 114 milhões de pessoas que vivem na extrema pobreza (Foto: Alexandre de Paulo / Arquivo FM)