Eli Corrêa Filho lidera as intenções de voto na pesquisa Ibope

05/07/2016
10:44 AM
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Da Redação
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Atualizado em 06/07/2016 10:22 am

O deputado federal Eli Corrêa Filho (DEM) foi a preferência da maioria dos 812 entrevistados ouvidos pelo Instituto Ibope, entre os dias 24 a 27 de junho, na pesquisa estimulada – quando os nomes dos pré-candidatos são revelados – sobre a disputa para a Prefeitura de Guarulhos deste ano. Eli obteve 17% das intenções de voto, seguido pelo ex-prefeito Elói Pietá (PT), com 16%, e pelo vereador Guti (PSB), que teve 13%.

Tecnicamente, os três primeiros colocados estão empatados, uma vez que a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para menos ou para mais. O grau de confiança, ou seja, a representação da realidade desta pesquisa é de 95%.

Também estreante na disputa pelo Paço Municipal, Jorge Wilson (PRB), conhecido como Xerife do Consumidor, ficou em quarto lugar na pesquisa, com 8% do apoio dos eleitores. Depois de disputar três eleições para o cargo e chegar ao segundo turno, o empresário Carlos Roberto (PSDB), obteve 7% da preferência do eleitorado. O ex-deputado federal Fausto Miguel Martello (PSD) é o penúltimo colocado, com 4%. Quem amargou a lanterna foi o ex-secretário de Esporte Wagner Freitas (PTB), com 2%. Freitas foi o terceiro colocado na disputa pelo Paço Municipal nas eleições de 2012. Brancos e nulos somam 25%, enquanto 8% não souberam responder.

Não foram feitas simulações de possíveis disputas entre pré-candidatos em um segundo turno.

A pesquisa foi solicitada ao Ibope pela empresa Mídia Pull Editora e Comunicação Ltda. e foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo Nº SP-06655/2016. Os eleitores entrevistados tinham formação entre 4ª série e curso superior, com idade a partir de 16 anos e residiam em diferentes regiões da cidade.

Elói Pietá e Martello lideram índice de rejeição

Apesar de estar tecnicamente empatado na disputa pela Prefeitura no 1º turno e ter elegido seu sucessor na administração pública, em 2008, Elói Pietá acumula uma rejeição de 50% do eleitorado guarulhense, de acordo com a pesquisa. O segundo colocado neste ranking negativo foi o empresário Martello. 32% dos entrevistados disseram que não votariam no dono da Paupedra para prefeito em nenhuma hipótese. O tucano Carlos Roberto tem uma rejeição de 28%.

Em sua primeira disputa pela Prefeitura, Guti é rejeitado por 23%. Jorge Wilson e Wagner Freitas estão empatados no índice negativo, ambos com 21%.

O melhor desempenho neste quesito também foi de Eli Corrêa Filho, que não receberia o voto de 17% dos cidadãos guarulhenses. 5% dos entrevistados disseram que poderiam votar em qualquer um dos pré-candidatos citados. 10% das pessoas ouvidas não souberam ou não quiseram responder.

Para o professor de Ciências Políticas da Faculdade Zumbi dos Palmares e do Centro Universitário Ibero Americano, Marcos Antônio Silva, a situação de Pietá é praticamente irreversível. “Ele tem um desgaste porque, apesar de ter deixado bem a administração, acumula marcas do passado. Em primeiro lugar ele não tem o fator novidade e, em segundo lugar, ele é do PT, que é um partido que vai agregar mais rejeição aos candidatos do que qualquer outra sigla”.

No caso de Martello e Carlos Roberto, o especialista disse que há um desgaste político, mas que o primeiro só poderia protagonizar um evento político se fosse disputar o Legislativo, enquanto o PSDB, se contar com o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ainda pode crescer. “O Eli é um dos homens que eu aposto que vai para o segundo turno, que vem forte, com boa articulação. Os outros partidos vão tentar ganhar musculatura para poder negociar espaço no governo em um segundo turno”, concluiu.

85% dos eleitores guarulhenses disseram desaprovar a gestão do prefeito Sebastião Almeida (PT) 

Perto de terminar seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT) tem sua gestão desaprovada por 85% dos guarulhenses. Apenas 10% disseram aprovar o governo do petista, enquanto 5% não souberam ou não quiseram responder.

Quanto a avaliação da administração, 69% dos entrevistados disseram que Almeida faz um trabalho ruim ou péssimo. 23% consideraram as decisões de Almeida como governante regular.

Apenas 5% disseram que o atual prefeito faz uma boa ou uma ótima gestão no comando do Executivo guarulhense, enquanto 3% não quiseram ou não souberam responder.

Para Silva, Almeida enfrenta o desgaste da queda de arrecadação somado com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) do governo federal. “O Almeida perdeu apoio até dos petistas. A sensação que eu tenho é que nesses últimos 18 meses ele está cansado das funções que exerce, ele não parece contente com o comando da cidade. Está cansado, desgastado. A medida que se perde poder em Brasília as prefeituras grandes sofrem pressão”, disse o professor.

Outro problema enfrentado pelo petista, segundo o especialista, foi a interrupção de serviços básicos que afetam diretamente a vida do cidadão, como a falta de manutenção da iluminação pública e o excesso de buracos na cidade, além dos problemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto. “Ele não conseguiu inovar, mal fez um feijão com arroz. Neste momento mais recente há falta de recursos, mas no primeiro mandato ele viveu a parte da bonança, mas isso não se transformou em nada de relevante para a cidade. A questão do esgoto continua indo in natura para o Rio Tietê”, argumentou o cientista político.

Por fim, outro problema enfrentado pelo prefeito é a forma de governar por meio de coalização. “Isso mostra uma capacidade de articulação e uma incapacidade de ter gestão pública”, disse Silva.

Segundo ele, mesmo o Legislativo não colaborou para uma gestão produtiva. “Você não tem um parlamento ativo, não tem gente importante pensando a cidade junto com o prefeito. Mesmo a oposição não tem mais qualidade que a situação. O novo, no caso de Guarulhos, é muito mais que necessário. Agora é um momento crucial para a mudança”, concluiu.

Mais da metade dos eleitores ainda não sabe em quem votar

Dos 812 entrevistados na pesquisa espontânea, na qual não há opções de pré-candidatos, 53% disseram não saber em quem votariam para prefeito de Guarulhos.

“Esse número não é diferente das eleições anteriores, a medida que a campanha começa as pessoas vão demonstrar simpatia por determinado candidato. Com uma campanha menor, reduzida de 90 para 45 dias, esse número deve perdurar por mais tempo. Será uma eleição com muitas denúncias de caixa dois”, comentou Silva.

Neste modelo de pesquisa, Eli Corrêa obteve 5% das intenções de voto. Pietá conseguiu 4% e Guti 3%. Carlos Roberto ficou com 3%, seguido por Jorge Wilson e Martello, ambos com 1%. Freitas não recebeu nenhum voto espontâneo. Outros candidatos receberam 3%. Brancos e nulos somaram 29%.

“Isso é uma frase fácil. Eu não acredito mais na política. O eleitor vê a política como uma roubalheira. Um homem de bem se sente estimulado a não participar disso. O que precisa ser avaliado é a quantidade de jovens que fazem parte deste número, porque se for, teremos mais um problema para lidar”, concluiu.