Manifestantes precisam deixar de lado preocupações simplistas

16/03/2015
11:50 AM
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Editorial
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Atualizado em 16/03/2015 1:53 pm

A Folha Metropolitana considera saudável qualquer tipo de manifestação pacífica. Tanto o movimento pró-governo federal da última sexta-feira, 13, quanto o de domingo, 15, contrário à presidente, são benéficos para a sociedade. Até mesmo esse ‘Fla-Flu’ partidário.

Tudo o que for feito sem violência e intolerância é bem vindo e faz parte de nosso amadurecimento democrático. Por isso mesmo, faz-se necessário que todos combatam a minoria que defende absurdos como a intervenção militar e o impeachment pelo impeachment.

Precisamos de mais manifestações como as dos últimos dias. Mas elas precisam criar algo mais prático e menos simplista. Discutir sobre quem levou mais gente para as ruas ou sobre a classe social de quem está gritando é inútil. Assim como o é querer culpar o adversário por atos de corrupção quando está claro que a sujeira está nas mãos de gente de todas as cores partidárias.

É de uma ampla e verdadeira reforma política que o País precisa. Não de mais ódio. Não de mais ‘nós contra eles’. Em 2013 diziam que o gigante havia acordado. E realmente os atos pegaram muita gente de surpresa. No entanto, pouco da indignação demonstrada nas ruas foi usada nas urnas. No Brasil e em São Paulo, por exemplo, foram mantidos os mesmos governantes.

Os protestos precisam mudar o foco. Tanto uns quanto os outros precisam tirar a mira do adversário para colocá-la no que realmente importa: caçar de verdade os corruptos de suas fileiras; criar reforma política que acabe com as brechas que nossa democracia ainda tem; e resolver os problemas da economia.

É inegável que a perspectiva de punição aumentou. A corrupção é algo enraizado no Brasil desde o período colonial, mas há poucos anos não se via gente de colarinho branco atrás das grades, como hoje. Ainda há muito a se fazer? É claro que sim! Mas as paixões atuais não podem causar cegueira seletiva.