No mundo de hoje, os atos de loucura são cada vez mais normais
27/03/2015
12:33 PM
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Editorial
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Atualizado em 27/03/2015 12:33 pm
A loucura que, cada vez mais, acompanha o ser humano já não deixa os cidadãos mais perplexos. Mas não há como não parar e pensar no que aconteceu com o acidente aéreo na França, envolvendo um avião alemão que vinha da Espanha.
Tudo leva a crer que o copiloto, um jovem de 28 anos que morava com os pais numa tranquila cidade do interior alemão, levou propositadamente a aeronave para o seu destino final: um choque contra uma montanha nos Alpes, que acabou vitimando 150 pessoas, entre elas o próprio copiloto.
Andreas Lubitz se recusou, deliberadamente, a abrir a porta da cabine para o comandante que havia saído, minutos antes, para ir ao banheiro. Mas o que levaria um jovem aparentemente saúdável, sem problemas piscológicos detectados nos rigoros exames das companhias aéreas, a praticar tal ato?
Ninguém tem uma resposta. Nem os executivos da empresa, nem os médicos que o examinaram, nem os parentes e amigos e, muito menos, seus pais. Isso choca ainda mais. Até pelo motivo de que logo depois da decolagem, as gravações mostram conversas amenas entre o comandante e seu copiloto. Mas o mesmo áudio prova que durante todo o período que o copiloto esteve na cabine sozinho não houve qualquer barulho além da sua própria respiração.
De acordo com o promotor francês, a ausência de qualquer barulho na cabine pode ser um sinal de que o copiloto estava consciente e não teve qualquer anormalidade gerada por doença ou algum mal súbito ao longo da queda.
As primeiras investigações mostram que, aparentemente, Andreas Lubitz não tinha nenhum problema financeiro ou familiar. Tudo complica ainda mais as investigações que tentam indicar o por quê. Psiquiatras e psicanalistas dizem que ele pode ter sofrido de um mal chamado pensamento intrusivo, no qual a pessoa transforma a realidade. Pode ser. Mas o certo é que, dificilmente, poderá se chegar à realidade dos fatos.