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Ponto de Vista – A vergonha que sinto pelos ‘homens’


17/03/2017
9:15 AM
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Alfredo Henrique
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Atualizado em 17/03/2017 9:15 am

Este texto é para você, machão alfa que não deixa passar batido nenhum rabo de saia que cruza contigo a qualquer momento do dia. Você sabe: é só ver uma cocota passando que o homão que te habita transfigura seu rosto, mostrando toda sua virilidade. Palavras, para quê? É só fazer um som animalesco com a boca, tragando o ar com masculinidade que nenhuma fêmea resiste.

Tá bom, tá bom. Às vezes não basta apenas realizar contorcionismo com o pescoço, ao passar uma (para você) safada. Há momentos em que é necessário abrir a boca, falar como se fosse um animal dominante e, caso a mulher não corresponda, colocá-la no lugar inferior em que está.

Escrever estes dois primeiros parágrafos me deu náusea, pois são contra tudo o que penso sobre uma mulher. Também mostram um recorte de uma realidade, tosca e imbecil, fomentada por um bando de caras que pensam só com a cabeça de baixo – esquecendo que independentemente de gênero, todos temos o dever de respeitar quem quer que seja.

O Brasil é constituído pela hipocrisia. Os mesmos caras que desrespeitam mulheres na rua, tratando-as como objeto ou criatura inferior, em alguns casos, são os mesmos que aos domingos estão na missa crendo que creem em algo divino, ou frequentam lugares que, em tese, deveriam edificar o cidadão.

O resultado da mentalidade, ou melhor, da animalidade que abriu o texto são os números de casos de abusos e falta de respeito que, mesmo não representando a realidade, só crescem. Aumentam não pelo fato dos assédios terem crescido, mas porque as mulheres estão denunciando mais, encarando os monstros que se travestem de gente por aí. Isso, machões alfas, se chama empoderamento.

Machistas estão por todo lado, alguns cometendo crimes justificados pela imbecilidade em se sentirem superiores, ou atribuindo às mulheres a motivação para abusos. Saibam de uma coisa meus caros, elas não estão sozinhas, nunca estiveram, e ganham voz – cada vez mais e mais.

 

Alfredo Henrique

Repórter da Folha Metropolitana

[email protected]


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