Ponto de Vista – Não posso tirar um dia de folga sequer

02/06/2017
9:38 AM
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Alfredo Henrique
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Atualizado em 02/06/2017 9:38 am

Dia desses conversava com um camarada numa choperia e, como ocorre todos os dias, temas políticos foram abordados por nós.

A quantidade de informações quase que horárias sobre o assunto foi um dos pontos refletidos entre uma caneca e outra de birita.

Meu chapa afirmou “não aguentar mais” ouvir, ler e assistir sobre a política do País.

Compreendo o lado deste meu amigo, pois, o noticiário está saturado pela enxurrada de escândalos que, por conta da frequência em que vêm à tona, se tornaram rotina para a população.

Faço aqui uma autocrítica, como jornalista sobre o fato de temas importantes ficarem fora de destaque por causa do excesso de notícias sobre o cenário político nacional.

Em contrapartida, é fundamental que a imprensa acompanhe cada detalhe do que é divulgado – pois não é sempre que informações sigilosas e provas são vazadas com tanta facilidade como na atualidade.

O momento em que estamos imersos é histórico e, por isso, é necessário compreender alguns excessos – já que é difícil entender e analisar qualquer coisa que seja estando no “olho do furacão”.

Da mesma forma que há o excesso de informação, há em contrapartida a falta total de discernimento para “digerir” os fatos. Recentemente, alguém ligou para a redação e afirmou que uma reportagem, escrita por mim, mais desinformava do que informava.

Questionei o que faltava no texto. Aí, meu leitor (ou ex) afirmou que não havia o endereço do local sobre o qual escrevi (havia o endereço sim) e que não constava se o serviço estava interrompido (a informação constava na matéria). Ou seja, o “crítico” evidentemente não leu a reportagem inteira e, caso o tenha feito, foi sem a atenção devida.

Excesso de informação de um lado, falta de entendimento do outro. O importante é não fraquejar e lutar para que as coisas mudem. Como afirmou Bob Marley: “As pessoas que tentam tornar esse mundo pior não tiram dia de folga. Como eu vou tirar?”

Alfredo Henrique 

Chefe de Reportagem da Folha Metropolitana

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