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Quem são os 7% que consideram o governo Temer como ótimo ou bom?


27/06/2017
9:20 AM
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Editorial
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Atualizado em 27/06/2017 9:20 am

Existe no Brasil um grupo de pessoas diferenciadas, para as quais não há desgoverno político, crise econômica, falta de emprego, corrupção endêmica, um presidente trôpego e suspeito e tantas outras circunstâncias angustiantes e prejudiciais que fazem deste o País que é. Estes são os 7% que, segundo a última pesquisa do Datafolha, consideram a gestão Temer ótima ou boa.

Ainda não dá para dizer que o presidente da República chegou ao fundo do poço. Provavelmente, tem alguns dígitos mais para descer. Mas, a julgar pelo que se viu nos últimos levantamentos, a tendência é que siga em descrédito com a população, que, se pudesse, não teria votado nele como chefe do Executivo. Assim, poderá superar José Sarney, outro que não foi ungido pelo poder das urnas e que, durante a grave crise da hiperinflação, em 1989, atingiu a marca de 5% de aprovação.

Ironicamente, quando Dilma Rousseff alcançou o patamar de apenas 8% de popularidade, no segundo semestre de 2015, Temer disse, durante uma palestra para empresários, na Capital paulista, que “ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”. Agora é a vez de ele estar na corda bamba da popularidade, superando neste quesito, inclusive, sua antecessora. Culpa, principalmente, da delação do empresário Joesley Batista, do grupo J&F.

O presidente não foi convincente ao explicar um suposto recebimento de propina da multinacional, que chegaria até ele pelas mãos do ex-deputado Rocha Loures. Também não soou aceitável seu mutismo sobre a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha e do doleiro Lucio Funaro. Mas, ainda que tudo pese contra Temer, é provável que se mantenha no seu cargo até 1º de janeiro de 2019. Não porque os 92% dos que o considerem ruim, péssimo ou regular venham a mudar de opinião a seu respeito. Mas porque entre aqueles 7% que o aprovam estão sua base aliada – que, embora desconexa, ainda é expressiva –, e os grandes empresários do País, que querem que este governo, de qualquer jeito e a qualquer custo, aprove as reformas trabalhista e da Previdência.


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