Terrenos malcuidados viram tormento na cidade

07/04/2016
10:05 AM
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Rômulo Magalhães
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Atualizado em 12/04/2016 11:42 am

O grande número de terrenos baldios particulares em má conservação tem tirado o sossego da população de Guarulhos. Na maioria dos casos, proprietários dessas áreas não roçam o mato e abandonam o espaço, que viram alvo de descarte de lixo irregular.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU), em 2015 foram emitidas 3.117 notificações e aplicadas 235 multas por desrespeito à lei 3573/90. De acordo com essa lei, para preservar a estética e a higiene pública é proibido manter terrenos com vegetação, lixo, entulhos e água estagnada. Já em 2014, foram 3 mil notificações e 220 multas aplicadas.

O aposentado Airton Brunneli Brandão é uma vítima desse descaso. Ele mora na Rua Curió, no Jardim Valéria (Região Vila Galvão) e, em frente a sua casa, há um terreno com mato de mais de cinco metros de altura. “Vejo aí muito rato, barata e mosquito”, reclamou. A Folha Metropolitana esteve no local e apurou que foram descartados centenas de copos de plástico que estavam cheios d’agua.

Em outra área, no Jardim Tranquilidade (Região Centro), na altura do número 54 da Rua Vasco Brancaleoni, além do mato alto e da proliferação de insetos, a população descarta restos de entulho, telhas, móveis e até um vaso sanitário estava jogado no local, também cheio de água. “Faz meses que isso está assim e ninguém toma providências”, lamentou o comerciante José Donizete, que possui residência na via.

Outro terreno particular na Avenida Júlio Prestes, no Torres Tibagy (Região Vila Galvão), acumula inúmeros pneus, lixo e entulho, inclusive na calçada, conforme reportagem publicada nesta Folha no dia 20 de março. No local funcionava uma oficina de autopeças, fechada há mais de dois anos. A estrutura está degradada, parte dela queimada, os muros dos cômodos ainda existentes desabaram por ações de vandalismo. O terreno também é usado para o consumo de drogas.

Delegado do Creci aponta motivos

O Delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) em Guarulhos, Donizete de Araújo Branco, apontou alguns motivos para que os donos dos terrenos baldios deixem de cuidar dos seus imóveis.

Ele contou que alguns donos compram os terrenos, aguardam a sua valorização e acabam esquecendo da manutenção. Outros adquirem os imóveis, aguardam melhor época para a construção e também não limpam. Ainda têm os casos de herança. “Por brigas familiares eles acabam ficando abandonados”, disse.

“Existem ‘n’ fatores, mas independente disso, não se pode deixar de cuidar. A má conservação acarreta em multas”, explicou.

Ele ainda disse que nas imobiliárias há poucas ofertas de vendas de terrenos. “Em qualquer lugar que for você vai encontrar infinidades de apartamentos e casas. Agora terreno há poucos à venda”, disse.