A infantilidade de dois presidentes que “brincam” com a humanidade
14/08/2017
9:34 AM
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Editorial
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Atualizado em 14/08/2017 9:34 am
A divulgação das trocas de ameaças entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Kim Jong-Un, da Coreia do Norte, se tornou uma rotina no noticiário internacional. Ambos comandam nações diferentíssimas nas esferas econômica, política e bélica. Porém, os dois são muito parecidos na forma megalomaníaca com a qual ventilam uma possibilidade gravíssima para todo o planeta: a iminência de uma guerra nuclear.
Trump está no comando de um país que pode acabar com a raça humana dezenas de vezes – considerando somente as milhares de ogivas nucleares existentes nos Estados Unidos. Já Kim Jong-Un faz questão de tornar público, mediante a agência estatal norte-coreana, a KCNA, que produziu uma ogiva que, garante o ditador asiático, pode ser colocada em mísseis de longa distância – já testados pela Coreia do Norte, em uma clara demonstração de menosprezo aos apelos do Tio Sam e da própria ONU.
A troca de farpas dos dois pode culminar, de fato, em uma tragédia mundial. Pyongyang anunciou detalhes de um teste de mísseis, que têm como alvo a ilha norte-americana de Guam, no Oceano Pacífico. Por conta disso, Trump afirmou pelo Twitter que “soluções militares agora estão totalmente preparadas”, caso a Coreia do Norte “aja imprudentemente”.
A infantilidade dos dois líderes beira o ridículo, pois não percebem que o atrito de ambas as nações irá se tornar um problema mundial. Trump e Kim Jong-Un interpretam tão bem seus papéis que se assemelham aos personagens do livro infantil “Dois Idiotas Sentados Cada Qual no Seu Barril”, de Ruth Rocha. A narrativa mostra dois homens que se provocam enquanto seguram uma vela sentados, cada um, sobre um barril de pólvora. A lição de moral da narrativa é a de que, caso o egoísmo e orgulho deixassem de pautar as ações humanas, muitos conflitos poderiam ser evitados. A falta de maturidade e preparo de Trump e Kim Jong-Un pode fazer com que, caso ainda exista humanidade, voltemos à Idade da Pedra – como vaticinou o gênio Albert Einstein.
