O que leva um político inexpressivo a tentar ser o prefeito de Guarulhos
16/06/2016
10:36 AM
/
Editorial
/
Atualizado em 16/06/2016 10:36 am
Existe uma pergunta que teima em martelar a cabeça das figuras políticas que habitam Guarulhos: que desejo move Fausto Miguel Martello a disputar a Prefeitura da cidade? De figura obscura até pouco tempo, dificilmente levado a sério nas rodas dos políticos mais experientes do município, resolveu investir pesado para garantir um desejo, que mais parece coisa de adolescente querendo ganhar um brinquedo do pai.
Nascido em 29 de setembro de 1952 (portanto com 63 anos), o deputado federal entre 1995 e 1998, nunca pautou sua conduta por uma exemplar participação política. Faltou, por exemplo, à votação da emenda da reeleição para cargos executivos, em outras palavras, omitiu-se. Foi a favor da quebra da estabilidade do servidor público em novembro de 1997 e comprou uma briga com o funcionalismo.
Em novembro de 1998, faltou às votações do teto para aposentadorias do setor público e da idade mínima, além do tempo de contribuição para o setor privado. No ano de 2000, relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou superfaturamento de R$ 2 milhões no pagamento a fornecedores da Câmara Municipal de Guarulhos, entre as quais na gestão de Fausto Miguel Martello, então presidente daquela Casa legislativa. Com esse currículo político que não causaria inveja nem mesmo ao Tiririca, o que Fausto Miguel Martello pretende à frente da segunda maior cidade do estado de São Paulo?
É, pelo menos, estranho esse seu desejo, que está recheado de propagandas em ônibus, outdoors espalhados pela cidade, além de uma agressiva campanha pela mídia local. É, no mínimo, curioso que um político com currículo tão inexpressivo queira galgar o topo da escada. O eleitor precisa tomar cuidado para não acordar, logo após a eleição, com tremenda dor de cabeça. Fruto de uma martelada mal dada.