Ponto de Vista – Bispo apoia gesto humanitário
25/05/2017
1:04 PM
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Antônio C. Frizzo
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Atualizado em 25/05/2017 1:04 pm
Firmar ou encerrar contratos, entre patrões e empregados, são atitudes corriqueiras nas relações trabalhistas. Mas em Guarulhos, a demissão de 1.941 comissionados, há cinco meses, sem receber e, muito menos, sem rescindir contrato trabalhista, transformou o simples num verdadeiro pesadelo.
Nesta semana, o drama dos ex-comissionados, à época contratados na gestão Sebastião Almeida e demitidos em 1º de janeiro de 2017, início do governo Guti, ganhou um significativo apoio. Após se encontrarem com a coordenação do movimento, dom Edmilson Amador Caetano, bispo de Guarulhos, deu início a uma ação humanitária que arrecadará alimentos não perecíveis. A proposta “não visa a uma batalha contra a Prefeitura”, mas uma ajuda “aos mais pobres para suprir suas necessidades básicas”, diz dom Edmilson, em comunicado a ser lido no próximo fim de semana nas 42 paróquias e nos 167 centros comunitários espalhados nos mais diferentes bairros.
No grupo há trabalhadores que por uma ou duas décadas serviram ao município, e que não viram a cor do dinheiro, acerto de suas férias vencidas, saldo de salário e 13º, assegurados por lei. Segundo o parecer técnico do procurador do município, Jurandir Fernandes, as reivindicações são justas e legais.
O ruído de que os ex-comissionados eram do PT não deixa de ser uma intriga. Do grupo apenas 340 são filiados ao partido e se encontram na mesma situação de penúria. No encontro com dom Edmilson, o advogado Wagner Garcia acenou que o problema é simples de resolver. “É uma questão política, portanto basta vontade para realizar esse pagamento. Lutamos pelo que é nosso de direito, nada mais, nada menos”, desabafou o advogado.
A coleta de alimentos acontece nos dias 3 e 4 de junho. A Cáritas é o organismo indicado para recolher os alimentos em mais um significativo “gesto extraordinário aos pobres”.