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A genética moral e o legado para as gerações futuras


05/06/2017
9:51 AM
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Editorial
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Atualizado em 05/06/2017 9:51 am

Na semana passada, pesquisadores da Universidade de Fudan, na China, divulgaram um estudo que poderá auxiliar na compreensão da relação entre as mudanças genéticas de usuários de cocaína, por exemplo, e a propensão dos filhos deles também utilizarem a droga. Em outras palavras, os acadêmicos defendem a tese de que o hábito de usar drogas pode mudar a “expressão” de nossos genes e, consequentemente, determinar assim o legado maldito que o usuário poderá deixar para seus descendentes diretos. Mas esta não é a única forma de encarar o estudo. Sob este mesmo aspecto, conclui-se que o que determina o comportamento das pessoas é a influência direta feita por meio da educação e de exemplos testemunhados no cotidiano familiar, além de fatores externos.

Que cada um analise o que acontece no seu microcosmo. A corrupção, por exemplo, não é uma exclusividade de políticos e de grandes empresários. Ela é praticada, até mesmo inconscientemente, quando a pessoa resolve comprar algum produto pirata, de origem sabidamente ilegal, ou mesmo quando não alerta o caixa de um estabelecimento que o troco veio a mais. O errado é sempre o outro. Hipocritamente, muitos podem aceitar e justificar seus próprios erros, ou os erros dos amigos. Na prática, muitos dos que se indignam contra a volumosa corrupção de Brasília são os mesmos que aceitam a “pequena” corrupção, como “pagar o quebra” para passar no exame prático do Detran, pagar o “cafezinho” para se livrar de uma multa, ou “molhar a mão” de um agente qualquer para que um ato ilícito seja ignorado. A autocrítica é fundamental, mas atualmente é um bem escasso.

É como bem resume o filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella: “É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal”. O avanço da ciência contribui para a compreensão de quem somos no mundo. Mas agora, como o estudo da Universidade de Fundan, fica mais claro também qual será a herança, em termos de valores e hábitos, que deixaremos para nossos filhos.


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