Parceira de um dos times mais tradicionais do futebol brasileiro, o Coritiba, na produção e desenvolvimento de seu projeto de Fan Token, a startup brasileira Liqi, comunicou oficialmente que serão pagos mais de 400 mil reais para os torcedores que possuem o token Coritiba FootBall Club.
Desde o início do ano junto do Coxa, o sistema de tokenização do Coritiba dentre diversos outros acordos junto a seus holders, está ligado aos direitos do Mecanismo de Solidariedade, que é uma lei criada pela entidade máxima do futebol com o propósito de recompensar os clubes formadores de atletas, que posteriormente se destacam e são negociados por grandes valores, fazendo com que esses times possam ganhar uma porcentagem da venda do atleta.
Tendo isso em vista, esses mais de 400 mil reais que serão “distribuídos” para os holders do Fan Token do Coritiba, é referente a um valor da transferência do jogador Dodô, cria da base do time paranaense, que saiu do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, para a Fiorentina, da Itália.
Segundo informações do tabloide italiano ‘Sky Sports Itália’, o lateral-direito de 23 anos assinou com o clube de Florença pela bagatela de 14,5 milhões de euros, e mais de 3,5 milhões de bônus, totalizando 18 milhões de euros, ou seja, cerca de 100 milhões de reais.
De acordo com a Liqui, o pagamento dos 400 mil reais aos holders foi feito na última semana do mês de setembro, da qual ainda devem receber mais outras duas parcelas, que devem ser pagas em 2023 e 2024, assim que o clube italiano continuar o pagamento que foi parcelado.
Mecanismo de Solidariedade é revolução nos Fan Tokens
Normalmente atribuídos apenas a vantagens básicas de torcedor, os Fan Tokens geralmente não são vistos como uma forma de retorno de lucro, já que são apenas tokens utilitários. No entanto, o método do qual o Coritiba tratou o assunto, pode mudar toda a visão desse mercado, principalmente no Brasil.
Introduzindo a tokenização do Mecanismo de Solidariedade, o clube passa a criar também um token que representa uma fração do valor recebido pelo clube formador no momento da negociação dos jogadores. Sendo assim, os holders que compraram o Fan Token do Coxa, receberão o direito de receber parte dos direitos que participam do Mecanismo de Solidariedade da FIFA, relacionados aos atletas formados pelo clube que tokenizou o mecanismo, no caso, com o Coritiba.
Sendo assim, o investidor compra uma quantia de tokens, recebe os direitos sobre o mecanismo de solidariedade da FIFA, e a partir do momento que o clube formador recebe uma porcentagem do valor da transferência de acordo com o mecanismo de solidariedade FIFA, o holder recebe seu retorno.
Tal retorno do investimento em cima do mecanismo é proporcional ao número de tokens comprados na data de cada pagamento, só passando a valer quando o atleta já está fora do clube formador. Ou seja, o mecanismo não entra em ação caso o jogador saia do clube formador para outro clube, tendo de ser necessário uma transferência posterior. Sendo assim, uma forma de investimento pode ser tratada no investimento em cima de um time que tem um jogador formado ali tendo um bom desempenho, com prospecto de ser negociado, e posteriormente novamente ser vendido, assim, funcionando a solidariedade e o retorno ao holder.
Apesar de todo esse processo a ser entendido, a forma de lucro é simples e “fácil” de ser atribuída por outros times, o que deve em breve causar um boom de popularização nesse setor.