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‘Estudantes’ tratam bem público como privado na Câmara Municipal


30/10/2016
7:51 AM
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Editorial
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Atualizado em 30/10/2016 7:51 am

Os ocupantes que invadiram a Câmara Municipal na tarde de 20 de outubro – e continuam até hoje -, em represália contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Teto dos Gastos Públicos e a Medida Provisória (MP) do Ensino Médio, são estudantes? Esse é um questionamento interessante. Afinal, estariam eles perdendo aulas nas escolas ou nas universidades? Quem sabe?

O que é estarrecedor, adjetivo utilizado com frequência pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), é a forma como esses jovens tratam o público como se fosse privado. Uma crítica comum aos políticos, diante de tantas denúncias e provas coletadas em escândalos como o Mensalão, Petrolão e Trenselão, é justamente essa. Terem o controle do público e utilizarem para o bem próprio. Esses “estudantes” fazem justamente isso na ocupação da Câmara Municipal.

Evidentemente que as medidas do governo Michel Temer não têm diálogo com a sociedade e merecem sim ser melhor discutidas. A PEC do Teto, por exemplo, poderia valer apenas até 2018, quando termina o mandato dele e não por 20 anos. Mas 30 estudantes não conseguem a legitimidade para representar toda a população. Pelo contrário, há pouca adesão.

A Câmara é um bem público. Eles ocuparam o plenário, colocaram as regras deles e deixam poucos entrarem. Impediram a entrada de fotógrafos desta Folha Metropolitana e se recusaram a falar com um repórter. Também restringiram o trabalho de outros profissionais de imprensa. Porém, se o bem o público, não deveria haver transparência nas ações? Tratam como se fosse um salão locado, mas quem paga são os guarulhenses.

Os jovens têm feito eventos dentro do plenário e fazem transmissões ao vivo pelo Facebook. Isso não é ser transparente. É querer ganhar adesão – sem sucesso.  Essa paralisação pode até agradar vereadores que tem mais tempo livre sem ter que votar projetos no Legislativo. Uma pena. Mas não dá para dizer que o movimento é de modinha. Afinal, tratar o público como privado é uma prática muito antiga.


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