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O “caminho das pedras” não é fácil para o viciado, nem para a população


29/05/2017
9:29 AM
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Editorial
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Atualizado em 29/05/2017 9:29 am

O crack é uma droga diferente de todas as outras consumidas no País. Isso ocorre por causa da rapidez com que usuários se viciam, pois, bastam poucas “pedras” para a pessoa passar a viver em função da euforia provocada pelo entorpecente.

A diferenciação de um dependente de crack com outros usuários de drogas ocorre inclusive na designação empregada para aqueles conhecidos popularmente como “noias”. Eles costumam se concentrar para usar a droga – optando em (sobre)viver em condição de rua para se entregar ao vício. A maior concentração de noias, e também a mais popular do País, é conhecida como Cracolândia, no Centro de São Paulo.

Ali é (ou era) território livre. Não há pudor ou freio social, só a liberdade de todos estarem no mesmo barco, fazendo a mesma viagem. Os usuários fumam o quanto podem, sem qualquer preocupação com a saúde, família ou se o dólar vai subir ou se o Temer vai cair.

Os dependentes se submetem a qualquer tipo de atividade para garantir a continuidade do seu consumo: furtos, roubos, prostituição, coleta de materiais descartáveis e tudo mais que lhes for rentável. O problema, como é constantemente afirmado por especialistas, não é de segurança apenas, mas também de saúde e cunho social. Os dependentes de crack precisam ser encarados como pessoas doentes, que de fato são. Mas, aparentemente, nenhum gestor até aqui soube como lidar com crack e seus impactos sociais. Talvez, por isso, eles continuem a usar receitas arcaicas e comprovadamente infrutíferas. No entanto, a incapacidade de lidar com o problema não pode ser desculpa para que se feche os olhos à chaga que não para de crescer. Certo é que passou da hora dos nossos administradores – em nível municipal, estadual e federal – descobrirem o caminho das pedras, pois só com trabalho conjunto conseguirão removê-la de nossas ruas e avenidas.


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