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Ponto de Vista – A incerteza do que ainda vai acontecer


26/05/2017
9:40 AM
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Alfredo Henrique
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Atualizado em 26/05/2017 4:13 pm

Uma metáfora, que poderia ser usada sobre o atual quadro da política brasileira, se concretizou nesta semana em Brasília (DF). Três ministérios (Agricultura, Fazenda e Cultura) foram incendiados por manifestantes contrários ao governo de Michel Temer. Outras duas edificações também foram depredadas.

Por causa disso, todos os prédios da Esplanada foram evacuados.

Não concordo com atos de vandalismo. Porém, a carga simbólica proporcionada pelos incêndios nos aparelhos públicos marca um momento de ruptura com os antigos modelos políticos-comportamentais.

Coxinhas e mortadelas percebem, ou começam a compreender, que as “autoridades” brasileiras  não estão nem aí para ideologias. Apesar de, infelizmente, ser um clichê, o negócio deles é ganhar dinheiro e se garantir para usufruir o que tiram de nós.

O incidente em Brasília me fez lembrar de um fato histórico: em fevereiro de 1933, o prédio do Parlamento alemão, o Reichstag, foi alvo de um incêndio proposital.

Resumindo toscamente: o incidente foi usado por Hitler como argumento para conseguir ascender ao poder (o que de fato aconteceu).

Vivemos em um País e numa realidade bem diferentes da Alemanha do início do século passado. Porém, os ministérios em chamas concretizam a indignação das pessoas e, ao mesmo tempo, dão argumentos para que intervenções possam ocorrer.

Fiquei muito chocado ao assistir um vídeo feito por André Coelho, do jornal O Globo, no qual um policial militar saca sua arma e atira ao menos cinco vezes, com munição de verdade, contra um grupo de manifestantes. Fiquei grato que a mira dele seja tão ruim quando sua índole e respeito ao próximo.

Li um artigo de Matheus Pichonelli, no portal The Intercept, que resume bem o que estou tentando compartilhar aqui. “O mais provável, porém, é que as cenas do incêndio e da pancadaria em Brasília sirvam como epígrafe de um governo que prometeu pacificar o País e o devolveu em chamas”, finaliza Pichonelli e também este colunista.

Alfredo Henrique

Chefe de Reportagem da Folha Metropolitana

[email protected]


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