Ponto de Vista – Mais uma do papa Francisco

16/06/2016
10:37 AM
/
Antonio C. Frizzo
/
Atualizado em 16/06/2016 10:37 am

Há pouco mais de três anos na direção do catolicismo mundial, o papa Francisco nos brinda com mais um de seus projetos. Desta vez, o assunto é família. Fraterno, dialogável e pleno de sensibilidade, o documento evita repetir as velhas compreensões baseadas na esfera do moralismo e petrificadas nas leis clericais que tanto têm determinado definições e padrões de comportamento entre homem e mulher no modo de entender e conceber a família na sociedade moderna.

Em A Alegria do Amor, nome dado ao documento conclusivo dos bispos que, por duas ocasiões, nos anos de 2014 e 2015, refletiram sobre a situação da família na sociedade atual, Francisco, propositadamente, retoma o conceito da alegria, realinhando o modo de olhar sobre a família no clima salutar exposto pelo Concílio Vaticano II.

A ótica do papa não é julgar, mas salvar; não é impor leis, mas apelar para a autoridade e a sacralidade da consciência das pessoas.

Ao longo dos nove capítulos que compõem o documento, Francisco esforça-se em oferecer relativo destaque ao conceito de amor. “A graça do Sacramento do Matrimônio destina-se, antes de tudo, a aperfeiçoar o amor dos cônjuges” (Al 89).

O ato de amar acompanha a vida cotidiana de todas as famílias. Um amor que assume atitude de serviço, de paciência, de superação de rancores e invejas,  sem jamais se deixar guiar pela arrogância e orgulho.

Diante de “certas tendências culturais” Francisco acentua a rapidez com que as pessoas “passam de uma relação para outra” (Al 39). Tudo acontece como se estivéssemos conectando ou desconectando aparelhos nas redes sociais.

Na sociedade de consumo parece termos aprendido o medo de relacionamentos mais profundos e duradouros. Na mensagem de Francisco não há condenações, mas apelos para darmos chances ao amor.

Antonio C. Frizzo

Padre e assessor das Pastorais Sociais, [email protected]