Às 8h30, segundo ela, oito viaturas chegaram ao local e anunciaram que todos os seis trailers da região seriam removidos. “Eles vieram com as armas na mão, como se fossemos bandidos. Estamos aqui tentando trabalhar e eles nos tratam assim”, reclamou.
No local, vários comerciantes passavam por situação semelhante à de Maria: eles tiravam às pressas as mercadorias que, se vendidas, representariam o sustendo da semana.
De acordo com Alessandre Santos, foram feitas diversas reuniões com a Prefeitura. “No primeiro encontro, o Jorge Taiar (secretário de Desenvolvimento Urbano) nos deu oito dias para sairmos”, disse. “No fim da semana passada, o Jurandir Pereira (chefe de gabinete da Prefeitura) nos disse que ninguém nos tiraria daqui”, argumentou ele.
Correria – Comerciantes tiveram que retirar mercadorias às pressas (Foto: Lucas Dantas)
Correria – Comerciantes tiveram que retirar mercadorias às pressas (Foto: Lucas Dantas)
Comerciantes reclamam da ação
Uma das queixas dos que tentavam salvar seus produtos era que eles ocupam parte de um terreno que pertence à Secretaria de Estado da Saúde e não à Prefeitura. “Nós marcamos uma conversa com os responsáveis pelo local, mas eles avisaram que demoraria. Estamos esperando, mas a Prefeitura quer nos tirar”, disse Alessandre. Já a direção do HGG diz que o local não pertence à unidade.
Prefeitura nega promessas
A Prefeitura informou em nota que “em nenhum momento o secretário da SDU ou o chefe de gabinete da Prefeitura fizeram promessas”. A Secretaria para Assuntos de Segurança Pública esclareceu que, ao embarcar ou desembarcar das viaturas – ou, ao efetuarem abordagens –, os Guardas Civis Municipais estão com “arma em punho”, devido a procedimentos operacionais, mas que vai apurar a denúncia de possíveis abusos.