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Advogado Leandro Balcone é assassinado


23/03/2016
10:29 AM
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Eurico Cruz e Mari Cavalcante
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Atualizado em 23/03/2016 10:29 am

O advogado criminalista e suplente de vereador pelo PDT, Leandro Balcone Pereira, foi assassinado terça-feira, 22, em seu escritório na Rua Marajó, no Centro. Segundo relatos de familiares e vizinhos, um homem que se identificou como cliente foi ao escritório de advocacia e disse que precisava de um advogado quando, dentro da sala de Balcone, disparou treze vezes contra ele.

Balcone havia chegado ao local de trabalho por volta das 11h. A mãe dele e outros funcionários também estavam no recinto, mas em cômodo separado. De acordo com vizinhos, o homem “gordinho” que foi ao escritório carregava uma pasta e estava há algum tempo no entorno do endereço.

Há relatos de que o suspeito do homicídio havia ido ao local no dia anterior para tentar falar com Balcone. A ação foi rápida e durou menos de três minutos. Nenhum bem do advogado foi levado. Havia uma perfuração de corte no corpo sob suspeita de que o assassino também teria desferido uma facada na vítima durante o crime. Informações obtidas pela reportagem apontam que o machucado semelhante ao corte pode ter ocorrido quando Leandro caiu baleado. Testemunhas disseram que o criminoso fugiu a pé pela Rua Tapajós, mas não conseguiram informar se ele entrou em algum veículo ou se mais alguém participou do crime.

A Polícia Civil já teve acesso a câmeras de segurança de casas vizinhas e de comércios da região. Balcone deveria comparecer terça-feira, 22, ao Fórum de Guarulhos para uma audiência de um cliente. Ele tinha 35 anos, era noivo e faria aniversário na próxima terça-feira, 29. O velório foi realizado terça-feira, 22, na Câmara Municipal e o corpo  será enterrado no Cemitério e Crematório Primaveras I, no Taboão, às 10h de quarta-feira, 23.

Tristeza – Familiares e amigos compareceram ao local do crime para consolar a família e amigos do advogado criminalista e ativista Leandro Balcone. (Foto: Beto Martins)

Vítima era ativista político e anti-PT

Balcone era conhecido em Guarulhos principalmente como líder do movimento Guarulhos Livre, responsável por organizar protestos favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e tecer críticas ao prefeito Sebastião Almeida (PT).

Em uma das últimas manifestações realizadas, Balcone e aproximadamente 200 pessoas fecharam o trânsito da pista lateral da Rodovia Presidente Dutra, no dia 17.

Um dia antes de sua morte, Balcone publicou em sua página pessoal do Facebook que estava “sofrendo alguns ataques por ser advogado criminalista e pedir a prisão do chefe da quadrilha…”, ao se referir ao ex­presidente Lula.

Em nota, o PT de Guarulhos disse que “lamenta a morte trágica e violenta do advogado” e espera das autoridades policiais ação rápida no sentido de elucidar os fatos e “punir com rigor os autores”.

O Movimento Brasil Livre também divulgou nota em que disse: “Balcone era um companheiro de lutas nessa cidade, e é uma grande perda nessa caminhada.

Que a familia e os amigos recebam o conforto e a paz necessária nesses momentos”.

A OAB de Guarulhos externou “votos de condolências aos familiares” e disse que irá acompanhar as investigações policiais.

Jornalistas são agredidos pela família

No momento em que o corpo do advogado Leandro Balcone Pereira estava sendo retirado do escritório, o pai da vítima, Osvaldo Pereira, e familiares ainda não identificados agrediram com socos e pontapés os profissionais de imprensa que faziam a cobertura do assassinato. Houve, ainda, agressão verbal aos jornalistas com o uso das palavras “carniceiro” e “urubus”.

A Polícia Militar, que estava no local, não impediu a violência contra os jornalistas (GuarulhosWeb, Guarulhos Hoje, Rede Record e Band faziam a cobertura, além da Folha Metropolitana).

O repórter da FM, Eurico Cruz, levou socos no rosto e teve os óculos quebrados. O fotógrafo Beto Martins levou pontapés ao tentar registrar imagens. E os familiares de Balcone também intimidaram o motorista Luis Gustavo Obst e tentaram levar o celular dele.

A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) repudiou a agressão aos profissionais da Folha Metropolitana. “Estamos permanentemente exigindo que as autoridades do País tomem providências. Lamentável a polícia estar junto e não impedir. A omissão do órgão é um fato mais agravante”, afirmou o diretor institucional, José Carlos Torves.

O Sindicato dos Jornalistas  de São Paulo informou que defende o livre exercício da profissão e vai acompanhar o caso.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública não comentou sobre a omissão dos PMs. Em nota, disse apenas que foi instaurado inquérito para apurar  autoria e motivação do crime e que nenhuma hipótese é descartada.

Lamentação – Em nota, a Executiva municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) disse lamentar a morte do advogado e que espera uma ação rápida da polícia para elucidação dos fatos ocorridos.

A POSIÇÃO DA FOLHA

“A Folha Metropolitana repudia a ação de violência contra os seus profissionais de imprensa, como tem feito diante de todas as ocasiões em que tentam intimidar nossos repórteres, fotógrafos e motoristas que cumprem seu dever de levar informações relevantes à sociedade. Isso não invalida o apoio que a empresa dará aos seus profissionais para tomar as atitudes legais que julgarem cabíveis”.

 



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