De alternativa para a República a farinha do mesmo saco
20/06/2017
9:19 AM
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Editorial
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Atualizado em 20/06/2017 9:19 am
Quando se encerrou a corrida eleitoral para presidente, em 2014, embora Dilma Rousseff tenha sido vitoriosa, Aécio Neves saiu como o grande vencedor. O senador mineiro emergiu como a principal força da oposição e nome certo para suceder a petista, cujo mandato já estava comprometido desde o primeiro dia de governo.
O tucano jamais se deu por vencido. Assim, antes que Dilma adentrasse de novo no Palácio da Alvorada, Aécio já tinha preparado uma série de ciladas contra sua oponente. Ainda era, por exemplo, 18 de dezembro de 2014, antes mesmo de a petista assumir o segundo mandato, quando o PSDB protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de cassação do registro de candidatura da presidente e de seu vice, Michel Temer. Esta ação, que foi formalizada no mesmo dia em que Dilma foi diplomada pela Justiça Federal, pedia que o TSE determinasse que o segundo colocado, o próprio Aécio, assumisse a presidência da República.
Aécio podia isso e muito mais. Ele estava com moral e era o mocinho em uma história marcada por vilões. Continuou vestindo este figurino de paladino, embora pouco a pouco, notícias daqui, informações dali davam conta de que ele não era tão mocinho assim. Era apenas mais um entre aqueles que usam a coisa pública em benefício próprio. A imagem de bom moço ruiu em definitivo quando o senador foi gravado pedindo R$ 2 milhões para Joesley Batista e, em função disso, foi afastado do mandato parlamentar por ordem do ministro Edson Fachin. Mas ficou barato.
Hoje, talvez a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) coloque as coisas no seu devido lugar, ao julgar o pedido de prisão de Aécio e o recurso da defesa do próprio senador contra seu afastamento da função. Há razões para o tucano temer o pior. Afinal, essa turma do STF é a mesma que decidiu favoravelmente pela manutenção da prisão de Andrea Neves, irmã do senador, por 3 votos a 2. Mas, ainda que se safe desta, o senador perdeu tanta força e prestígio por conta de suas lambanças que, para ele, ser a esta altura considerado apenas mais do mesmo é um tremendo elogio.